As Primeiras Professoras

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Dona Dália Prado Lopes

Nascida em Buritis, é a nona filha de Antonino Cândido Lopes e Astrogilda Evangelista do Prado. É uma importante cidadã na história do município, sendo diretora e professora das primeiras escolas. Casou-se com Oswaldo Gonçalves (Vadote) em 1958, na Igrejinha de Nossa Senhora de Pena, igreja a qual ela cuidou e conservou durante toda a sua vida.

Mulher sempre simpática e agradável, voltada para as tradições e cultura do município e mãe de cinco filhos. Após estudar em Paracatu, sob influência de professora aposentada nesta cidade, montou em Buritis uma escola localizada no casarão dos Lopes, onde alfabetizou várias crianças na década de 60.

Conhecida por todos como Tia Dália, faleceu em 1 de setembro de 2018, em Brasília. Seu corpo foi velado com grande emoção de amigos e familiares na Igrejinha de Nossa Senhora da Pena.

Lindaura D´Abadia Fonseca Valadares

Nasceu no dia 4 de outubro de 1938 em Buritis, filha de Marcolino Fonseca Melo e Maria de Lurdes Campos. Aos 16 anos iniciou os estudos na Escola Técnico Agrícola Caio Martins e posteriormente formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Jales – SP.

Dona Lindaura foi grande pioneira na educação e trabalhou incansavelmente para trazer o conhecimento para aqueles que aqui viviam.

Tornou-se a primeira professora normalista, criou a 4ª série local, cuja graduação não existia antes dos anos 60, e em 05 de maio de 1967 tornou-se a primeira diretora da Escola Cândido José Lopes.

Dedicou 30 anos de sua vida à educação e alfabetizou, com muito amor, milhares de buritisenses. Muito lutou para promover a qualidade da educação de Buritis.

Anália Carneiro dos Santos

Era natural de São Raimundo Nonato – PI. Mudou-se para Buritis após se casar com João Pereira de Araújo, com quem teve uma filha que faleceu aos 3 anos. Como era muito generosa, adotou várias crianças que aqui viviam.

Era apaixonada pela sua profissão de professora, alfabetizava com carinho e serenidade, além de fazer várias publicações no Jornal do Estado de Minas Gerais. De acordo com relados dos mais antigos, Anália era admirada em sua profissão, a ponto de dizerem: “Se não aprendeu com Dona Anália, pode largar.”

Sempre trabalhou na educação, dava aulas particulares em fazendas e até mesmo na cidade de Buritis. Começou como professora na escola primária Escola Estadual Cândido José Lopes em 1º de fevereiro de 1956. Anália tinha somente a 4ª série, mas era dotada de muito conhecimento e força de vontade.

Sempre foi uma pessoa muito feliz e tinha grande facilidade em fazer amizades. De acordo com familiares, além de ter numerosos filhos adotivos, tinha 150 afilhados. Aposentou-se no dia 02 de junho de 1981, após 25 anos de um árduo trabalho em prol da educação de Buritis.

Esta grande educadora foi homenageada com o nome de uma das escolas estaduais de Buritis, localizada no bairro Israel Pinheiro.

Carlota Santana Prado

Filha de Gil Evangelista do Prado e Cinira Joaquim Santana naturais da região dos Confins, zona rural de Buritis. Mudou-se para Paracatu aos 7 anos, no ano de 1937, onde teve sua primeira professora. Em 1938 retornou para Buritis e começou a estudar com Dona Zilda, aos 8 anos. Na época as professoras ensinavam matérias como: ABC, números de 0 a 10.

Fez o 3º ano com o Professor Virgílio, de Paracatu, que veio a Buritis. Após o 3º ano do primário já não tinha mais recursos, então foi estudar em Pirapora, onde fez o 4º ano e novamente retornou a Buritis.

Ao retornar não haviam professoras, então por intermédio de Dona Dália Lopes foi nomeada como professora em 1956. Como não haviam escolas, Dona Carlota passou a dar aula na casa de Dália Lopes.

Trabalhou como professora por 30 anos até se aposentar, destes, 22 anos foi na Escola Cândido, que era a única do município. Os outros 8 anos foram dedicados aos estudos em casa. Sempre foi muito amiga e companheira de Anália Carneiro dos Santos, com quem sempre trabalhou.

Philomena Campos e Maria Augusta Campos.

Philomena Campos era natural de Cocos – BA, casou-se com Ernesto Campos e mudou para o distrito de Guarapuava em Unaí, onde teve Maria Augusta Campos, Sebastião Campos, Teodoro Campos e Francisco Campos (Chiquito).

Na época, haviam poucas professoras em Buritis e preocupado com a educação do município, Antonino Cândido Lopes trouxe Maria Augusta para trabalhar em Buritis e lecionar para as crianças que aqui viviam.

Anos depois, a mãe de Maria Augusta, Dona Philomena Campos, também veio morar em Buritis e trabalhar como professora. Tantos foram os feitos de Dona Philomena Campos para a evolução da educação do município, que seu nome foi dado à escola do bairro Jardim.

Diante das dificuldades da época, Buritis passa a se desenvolver na educação após a chegada destas professoras e após a emancipação política, na década de 60.

Texto: Gilberto Valadares e Lívia Alves.

Fonte: Livro “Raízes e Culturas de Buritis no Sertão Urucuiano”; E.E Anália Carneiro dos Santos; Marilene Rezende Cruz; Carlota Prado e Melinha Lopes.

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