216° Tradicional Festa de Nossa Senhora da Pena

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Em cada país, em cada comunidade, em cada lar católico, a Virgem Maria é invocada das mais diversas formas, com diferentes nomes, conforme a fé e a devoção populares. Em muitos países houve aparições de Nossa Senhora e, a partir destas, surgiram muitos outros títulos marianos.

Acredita-se que a devoção mariana, que se intitula Nossa Senhora da Pena, tem sua origem em Portugal, numa aparição da Virgem Maria na serra da Sintra. Maria apareceu com o Menino Jesus no colo e na mão esquerda trazia uma pena. Daí o seu nome, Nossa Senhora da Pena. Por esta razão, é a padroeira da Imprensa, das Artes e das Ciências.

No lugar da aparição, foi construída uma ermida, onde se colocou a imagem.

No início do século XVI, por ordem do rei Dom Manuel I, os portugueses construíram o convento de Nossa Senhora da Pena, onde muitos nobres devotos passaram a frequentar em veneração a Nossa Senhora.

No Brasil essa devoção chegou com os portugueses, quando, em 1535, em Porto Seguro, na Bahia, foi construída sua primeira capela, de forma bem rústica, feita de tabuas. Algum tempo depois, a capela foi reconstruída com pedra e cal. A igrejinha reconstruída em 1730 foi a primeira paróquia dedicada a uma santa no Brasil.

Em 1805 era criada na Vila Sant’ Anna do Buriti a Paróquia Nossa Senhora da Pena da pela arquidiocese de Paracatu.

São 216 anos de tradição, cultura e fé, demostradas na nossa grandiosa Festa de Nossa Senhora da Pena, registrada pelo Decreto n° 448 de 2011, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio imaterial de Buritis.

Assim, tem sido por 215 anos e, nessa ducentésima décima sexta vez, não será diferente: serão dias incríveis que compartilharemos o amor e a fé com nossos irmãos e irmãs.

Devido a pandemia, algumas ações tradicionais certamente serão modificadas, mas o brilho da festa e seu valor religioso não serão reduzidos.

Próximo a Igrejinha, se instalava as tradicionais barraquinhas que, todos os anos, trazia diversos itens como confecções, calçados e utilidades domésticas, levando muitas pessoas a aproveitarem para fazer suas compras a preços convidativos. Esse ano a praça da Igrejinha continua vazia, mas linda e convidativa como sempre.

Muitas barraquinhas vendiam comidas típicas na praça da Igrejinha e, ao lado da Igreja Matriz, se instalava uma grande praça de alimentação, onde também eram realizados shows, leilões, bingos e o sorteio da rifa de grandes prêmios. Este ano não teremos essas ações realizadas presencialmente, que possamos fazê-las virtualmente e a aquisição das gostosuras por drive trhu, com o mesmo empenho e gratidão a Nossa Senhora da Pena pelas graças alcançadas e a Deus pela vida.

Depois da Missa do dia 08, acontecia a linda reunião dos fiéis para compartilharem um café da manhã. Este ano não teremos o café da manhã, mas que possamos ser saciados com a proteção de Nossa Senhora da Pena e a presença de Deus no seio de nossas famílias.

Dentre outros aspectos espirituais da Maternidade de Maria, encontramos de maneira muito presente na devoção popular a invocação do seu manto, que se expressa como um pedido de proteção e refúgio. Assim, é da essência de Maria, Mãe da Igreja e da humanidade, estender seu manto sobre todos, e esse manto é, na verdade, o espaço da misericórdia de Deus que encontrou acolhida no seio de Maria e, por ela, chega a todos nós, pecadores necessitados do seu amor e da sua proteção. A passagem do manto é um momento esperado por todos nós, quando pedimos a benção a Mãe de Deus e nossa, aqui chamada de Nossa Senhora da Pena, de Mãe, de Mãezinha ou, simples e intimamente, de Peninha. É um dos momentos de maior comunhão que a Festa de Nossa Senhora da Pena nos proporciona. Que o manto de protetor de Maria possa estar cobrindo todas as pessoas que a ela recorrer e protegendo todas as ações realizadas em louvor a Deus por Nossa Senhora da Pena.

Desejamos que nas próximas edições, possamos estar livres dessa pandemia que assola o mundo e retomar todas as tradições da Festa de Nossa Senhora da Pena.

Que essa ducentésima décima sexta Festa, seja rica de tudo aquilo que o dinheiro não pode comprar: paz, saúde, serenidade, bem-estar, partilha com os irmãos, proteção da nossa Peninha e, pela sua interseção, íntima comunhão com Deus. Que seja uma Festa proveitosa e repleta de esperança, um tempo em que nossos corações não cansem de amar e de admirar a Imagem do Pai no outro. Que nossa Senhora da Pena guie nossos passos, ilumine nossos caminhos e que seja feita a Vontade Divina e não o que desejamos. Que durante toda a 216ª Festa de Nossa Senhora da Pena, possamos conversar com Peninha muitas vezes, que ela leve nossas preces ao Pai e que possamos ouvir suas sempre verdadeiras respostas.

Texto produzido por Simone Alves Carneiro de Souza

 

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