Me conta um conto: Deszumbizando
A leitura é sempre gratificante e alimenta o ser, desperta a imaginação e nos leva a um mundo fora, um pensamento distante, longe dos problemas cotidianos. Em tempos de isolamento social e de muita informação em massa, a cabeça cansa e o corpo se sente vulnerável. A mente pede outras alternativas para que o pensamento não seja afetado. Por isso resolvemos publicar outros assuntos, contos, crônicas, poemas de autoria de nossos autores urucuianos.
Somos obrigados a viver a realidade, somos cobrados diariamente por isso. A vida pede força, fé e união. Mas num escape, num breve momento podemos numa leitura, fugir da realidade, entregar o pensamento para o mundo das palavras, diante do riquíssimo imaginário humano.
Por alguns minutos saia da bolha problemática da vida e tenha no seu livre pensamento a construção da cena, como sugerir a sua imaginação.
Deszumbizando
A Terra estava cheia deles, miríade de miríades, vivos-mortos que andavam de um lado para o outro sem direção. Não permitiram-se guiar pela luz, pelo contrário, preferiram a escuridão.
Sem vontade própria. Sem liberdade. Sem identidade. Criam que poderiam viver de qualquer maneira. Insensatos! confundiram liberdade com libertinagem e suas próprias vontades os tornaram escravos. Não havia vida em plenitude, Estavam vivos e ao mesmo tempo estavam mortos, sem esperança, sem alegria e sem paz. Vida sem sentido, como se diz por aí.
Eram zumbis, e não viam mais aquela luz ao fim do túnel. Aquele que se assenhorou deles tinha em suas mãos legalidade para escravizá-los e aprisiona-los sem qualquer chance de fugir.
Até que o Dono da Terra veio ao encontro do grande gemido que se fizera ouvir até o céu. Mesmo sabendo que seria sua vida em lugar da deles. Sim, a lei era severa, era necessário o sacrifício substituto, alguém que não se corrompera com o sistema e não se deixou seduzir pelo jeito boêmio de viver, precisava morrer para a remissão e libertação dos zumbis daquele senhor cruel que se apoderou deles.
O Dono da Terra não hesitou, antes mesmo de se oferecer como sacrifício e levar sobre si o castigo, curou e libertou a todos que o reconheceram como Senhor e Salvador. Senhor, isso mesmo, mas seu fardo é leve e suave. Ele mesmo se revelou como a Vida e a liberdade está nEle, sendo também chamado de Príncipe da Paz.
De todos os cantos da Terra, onde se fez ouvir a sua obra salvífica, vieram vivos-mortos para receberem a vida completa que somente o Dono da Terra poderia lhes oferecer a partir de um novo nascimento.
Conta a história que mesmo tendo se passado mais de dois mil anos todos, todos os que confiam suas vidas nas mãos do Senhor deixam de ser zumbis para viverem em novidade de vida com Ele.
Cirlene da Silva Lima é licenciada em Letras pela Universidade de Brasília e Bacharelando em Teologia pelo Instituto de Teologia e Educação Gênesis. Atua como professora mediadora presencial do curso em Inglês Básico ofertado pelo Polo Universitário de Buritis em parceria com o IFNMG.
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