Raimundo Ferreira do Prado
Conta a história que alguns membros da tradicional família Prado tem seus antepassados na origem judaica, cuja palavra significa bosque. Os primeiros integrantes dessa família chegaram no Brasil colonial e tem relatos de Januário Cardoso, que com ele veio junto Domingos do Prado e outros que também eram bandeirantes. Estes lutaram ferozmente com os índios Caiapós, na aldeia das Guaíbas, próximo à Barra do Urucuia, no São Francisco, em 1668.
De lá os primeiros descendestes foram para Pirapora, São Romão e por volta de 1856, eles aparecem nos manuscritos como recém-chegados na região do Alto Ururucia, quando o documento consta o nome de Raimundo ferreira do Prado, muito provavelmente homem de meia idade, ou talvez já idoso, que naquela época se tornou proprietário da Fazenda Barriguda.
Raimundo chegou por aqui em terras urucuianas com seu filho, Ladislau e seu irmão Manoel Ferreira do Prado. Ladislau casou-se com Belizária e teve 5 filhos, Raimundo, Carlota, Maria, Tereza e Merência.
Os Prado muito expandiram na região. Casaram-se com os Fonseca, Lopes, Rodrigues, Valadares, Gonçalves e outros. Deles nasceram muitos filhos ilustres. Destacaram-se em população, política, inteligência, capacidade, educação, religião, pecuária e agricultura na região.
Texto: Gilberto Valadares.
Fonte: Raízes e Cultura de Buritis no Sertão Urucuiano – Oscar Reis Durães
A história de de um lugar começa ser feita com as pessoas e com os componentes envolvidos no curso dos acontecimentos dentro de um contexto vivido. E o passado de um povo deve consistir-se dos registros e do culto à sua memória. (Onofre Ferreira do Prado)
Me chamo Sérgio Silva prado, meu pai se chama Itamar ferreira do prado. Mostrei este artigo para ele que me disse que, quando veio para Brasília encontrou com o Sr Onofre que o ajudou e não teve mais contato.
Resumo biográfico de Raimundo Ferreira do Prado
(Por Onofre Ferreira do Prado)
Raimundo Ferreira do Prado nasceu em 1865, na Fazenda Barriguda em Buritis (MG), onde faleceu no dia 11 de fevereiro de 1913, aos 48 anos. O sepultamento ocorreu no cemitério de Buritis, naquele tempo distrito de Paracatu.
Filho do Capitão Ladislau Ferreira do Prado, meu trisavô e Belizária Soares de Souza, minha trisavó. Foi casado com Antonia josephina de Queiroz, filha do fazendeiro Marcolino de Queiroz e de Joaquina de Queiroz.
Da união entre Raimundo Ferreira do Prado e Antonia de Queiroz, nasceram nove filhos, sendo eles:
– Marinho Ferreira do Prado, pai de Raimundo Ferreira do Prado;
– Norberto Ferreira do Prado, pai de Orlando de Sousa Prado e de Norberto de Sousa Prado;
– Tito Ferreira do Prado, pai de José Ferreira do Prado e de Ana Judith do Prado, (Ana Judith Monteiro, depois de casada);
– Ladislau Ferreira do Prado, pai de Nilson Ferreira do Prado;
– Otávio Ferreira do Prado, pai do ministro aposentado do TST – Dr. Lourenço Ferreira do Prado, Marilda Ferreira do Prado, Nonato Ferreira do Prado, Irineu da Silva Prado, Rinaura Ferreira do Prado, Marina Ferreira do Prado e Berenice da Silva Prado;
– Raimundo Ferreira do Prado Filho, faleceu solteiro, sem deixar descendente;
– Vitalina Ferreira do Prado, mãe de Alfreda da Fonseca Melo, mais conhecida por Fiduca, esposa de Dário Evangelista de Queiroz (Darinho), além de outra filha, de nome Lira;
– Maria Ferreira do Prado, não deixou descendente;
– Brígida Ferreira do Prado, esposa do fazendeiro José Lopes, também não deixou descendente.
Raimundo Ferreira do Prado proprietário de vastas terras na região da Barriguda, foi um homem influente no campo das ideias e bem sucedido fazendeiro. Com uma visão além do seu tempo, não mediu esforços ao enviar seus filhos para escolas de tradição, em centros de referência, a exemplo de Marinho Ferreira do Prado, Norberto Ferreira do Prado e outros, que foram estudar no Colégio Dom Bosco, um dos berços da cultura de Minas, no distrito de Cachoeira do Campo, a 18 quilômetros de Ouro Preto, superando as dificuldades que enfrentavam na viagem para a escola. (“No lombo do cavalo daqui a São Romão, no vapor até Pirapora e, daí para frente, no trem. Mas tudo se vencia e se chegava a Cachoeira do Campo. E iriam e voltariam quantas vezes fossem, que nada segura a força da juventude.” Palavras enfeixadas na crônica: Os Moços de Doze, do livro – Passagens da Minha Aldeia, do extraordinário escritor Napoleão Valadares, mineiro de Arinos e residente em Brasília).
É sabido que Cachoeira do Campo pelo seu passado de glória e acontecimentos importantes a colocam no cenário histórico de Minas e do Brasil.
Norberto Ferreira do Prado formou-se em Agrimensura e, Marinho Ferreira do Prado interrompeu os estudos, para ajudar a cuidar dos irmãos mais novos, em decorrência da morte precoce do pai.
Seguramente, Raimundo Ferreira do Prado, ao lado do Coronel Cândido José Lopes, Major Filisbino, José da Costa Coimbra, Vitalino Fonseca Melo, Higino da Rocha (meu bisavô) e outras figuras de prestígio de sua época, deixou uma contribuição de relevante valor para Buritis, merecendo citações de escritores e historiadores de Minas Gerais. A história de um lugar começa ser feita com as pessoas e com os componentes envolvidos no curso dos acontecimentos dentro de um contexto vivido. E o passado de um povo deve consistir-se dos registros e do culto à sua memória, portanto, Raimundo Ferreira do Prado é por merecimento, uma referência importante da história de sua terra.
Fontes de pesquisa: 1) Dados obtidos com a nora do biografado e minha avó paterna, dona (Maroca) Maria Cândida Lopes (1899-1993). 2) Cartório de Registro Civil da Comarca de Buritis (MG). 3) Livro – Raízes e Culturas de Buritis no Sertão Urucuiano, do ilustre escritor Oscar Reis Durães, entre outras fontes.