A chegada das primeiras invenções
No início do século 20 Buritis era uma pequena vila que pertencia a Paracatu. A partir de 1923, Buritis passa a ser distrito de Paracatu e de 1924 a 1943, o distrito passou a pertencer ao município de São Romão.
Nestas primeiras décadas chegaram por aqui algumas novidades, geralmente apresentadas aos moradores da época durante a “Festa de Setembro”, onde visitantes de fora traziam as atualizações do mundo moderno.
A fotografia é uma dessas novidades, criada em 1826 e popularizada a partir de 1888, chegou em Buritis no início do século 20. Em uma das fotos mais antigas do nosso álbum, datada de 1933, estão as primas Ana Evangelista do Prado e Justiniana do Prado. No verso da fotografia está escrito a mão: “Invenção”, por se tratar da chegada desta novidade em terras urucuianas.
O primeiro veículo chegou em meados da década de 50. Era um caminhão GMC 1954 azul, da firma Pimentel. Seu motorista era Alcides Gomes Pimentel e transportava pessoas e mercadorias pela região, principalmente para Formosa, em Goiás. O veículo foi adquirido do Sr. José Francisco Ferreira (Zé Rita).
A bicicleta também era novidade e despertava interesse e curiosidade de muitos moradores, principalmente os mais jovens. Há relatos das primeiras bicicletas aqui na década de 50, com número crescente na década de 60.
Outra novidade que por aqui chegou no início da década de 60 foi o motor de luz (conjunto de gerador de energia) movido à óleo diesel, que distribuía energia elétrica na recém emancipada cidade de Buritis. João Honorato Primo era o prefeito da época e o Sr. Marculino Fonseca Melo (Marcol) era o responsável por cuidar desse motor de luz. De acordo com moradores, o Sr. Marcol disparava três sinais sonoros que indicavam, ao último toque, o desligamento do motor, por volta das 22h todos os dias.
No final da década de 60, no pleito do segundo prefeito, o Sr. Délio Prado Lopes conseguiu um rádio para a prefeitura se comunicar com Belo Horizonte e com outras administrações regionais próximas, como por exemplo, com o Batalhão de Polícia Militar de Unaí. Segundo Délio Prado, que já havia trabalhado como radialista na recente capital Brasília, o rádio mais chiava do que funcionava.
Outra novidade da época foi a vitrola que tocava discos de vinil. Na foto tirada com um grupo de jovens amigos na Praça, é possível ver a interação das pessoas com esse moderno equipamento.
Aos poucos Buritis foi se desenvolvendo e recebendo a cada ano, novas tecnologias vindas de visitantes de fora e através de viagens de seus moradores, para a capital mineira e vindos da capital federal.
Texto: Gilberto Valadares.
Fonte: Livro – Raízes e Culturas de Buritis no Sertão Urucuiano – Oscar Durães, Délio Prado Lopes, integrantes das famílias Prado e Rodrigues.